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Advento: um tempo de piedosa e alegre expectativa

O povo norte-mineiro, após um longo período de estiagem, sempre espera pelas primeiras chuvas. Há no homem sertanejo a esperança de que, com elas, haverá promessa de flores – anunciada previamente pela florada dos ipês – e a abundância de frutos – especialmente pelo “ouro do cerrado”, o pequi. Desse modo, os sinais advindos da natureza anunciam a bondade do Criador, que não cansa de visitar “a nossa terra com as chuvas, e transbordar de fartura” (cf. Sl 65,10a). Assim também, a nossa Igreja, a cada ano, sempre se reveste de esperança. A expectativa da encarnação do Filho de Deus, prenunciada pelo Tempo do Advento, coloca-nos nesta espera alegre por Aquele que visita-nos para nos tornar partícipes da Sua nova criação (cf. Oração Coleta – Terça-feira, antes da solenidade da Epifania).

Ao entardecer do dia 26 de novembro de 2022, com as primeiras Vésperas do Primeiro Domingo do Advento, iniciaremos um novo Ano Litúrgico. Nesse Tempo do Advento, auxiliados pela liturgia, preparamos o nosso coração e ficamos vigilantes, aguardando o Natal do Senhor e a sua vinda gloriosa no fim dos tempos. O tempo do Advento é marcado justamente por essa dupla característica: “sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (NUALC – Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e Calendário, n. 39, grifo nosso).

A liturgia e a piedade popular, tão sensível ao Advento, nos dará a oportunidade de redescobrimos a beleza deste tempo, através da coroa do Advento, com seus ramos verdes e suas quatro velas acesas progressivamente a cada domingo; da memória da Virgem Maria, mãe da Esperança em sua Imaculada Conceição; da Novena do Natal, com ensinamentos acessíveis sobre a encarnação; e do presépio, manifestação admirável e comovente do Nascimento de Jesus, influenciado pelo presépio preparado em Greccio por São Francisco de Assis. Tudo isso é um convite para desacelerarmos e pararmos um pouco para celebrar o Natal do Senhor, num clima de sobriedade e de simplicidade.

Em nós está enraizada a consciência da longa expectativa que antecedeu o nascimento do Senhor. Nosso povo bem sabe sustentar a sua fé e transmitir, de geração em geração, a consciência de alguns valores desse tempo. Portanto, vivamos esse tempo com piedosa e alegre esperança, assim como espera-se pelas chuvas e seus desdobramentos. Não permitamos que as luzes dos pisca-piscas, característica proveniente de uma sociedade consumista, ofusquem o brilho da verdadeira Luz que deseja chamar-nos a atenção para o real sentido do que foi para Maria e José a expectativa daquele primeiro Natal. Preparemo-nos!

Equipe Arquidiocese em Missão
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Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)

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