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Artigo: Um tempo de preparação para a Páscoa

A festa mais importante para os cristãos é a festa da Páscoa. Pela sua grandiosidade, ela merece uma preparação à sua altura. Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas iniciamos este percurso de renovação interior, mediante o empenho dos exercícios quaresmais. A própria liturgia desse tempo se encarregará de nos conduzir à celebração dos mistérios pascais. Iniciamos colocando cinzas sobre nossas cabeças, num sinal externo de penitência. Com isso, demonstramos o nosso desejo de alinhar a nossa vida ao projeto de Deus, guiados pelos pilares do jejum, caridade e oração. À luz da Palavra de Deus e dos sinais sacramentais próprios deste tempo, somos auxiliados nesse caminho.

A nossa Quaresma surgiu e foi se organizando tendo referência o núcleo da vida cristã, a Páscoa de Cristo, celebrada a cada domingo e, desde o segundo século, também em um domingo específico do ano. Ela é uma introdução ao mistério pascal da morte e ressurreição do Senhor. Nesses quarenta dias de preparação, o próprio Espírito nos conduz à lembrança dos quarenta anos do povo de Deus no deserto e, especialmente, a revivermos os quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para a sua missão.  É um tempo forte na vida da Igreja, justamente por inserir-nos num caminho de conversão, motivados pela Palavra e unidos aos sentimentos de Cristo Jesus (cf. Fl 2,5).

A Liturgia da Palavra dos domingos deste ano (ano litúrgico C) soarão como uma verdadeira catequese sobre a reconciliação com Deus e com os irmãos. Tal tema tem seu ápice na celebração da própria Páscoa, sinal supremo de nossa reconciliação com o Pai. Os Evangelhos trarão esse caráter de exaltação da misericórdia: o 3º Domingo da Quaresma, sobre a figueira sem frutos (Lc 13,1-9); o 4º Domingo da Quaresma, que abordará a parábola do filho pródigo (Lc 15,1-3.11-32); e o 5º Domingo da Quaresma, sobre o episódio da mulher adúltera perdoada (Jo 8,1-11). Ambos manifestam o amor de Deus, que se inclina sobre nossa humanidade, convidando-nos à um percurso de fé, de vida e de aliança. Este itinerário tem como objetivo a plena reconciliação do ser humano com este Pai rico em bondade, compaixão e misericórdia.

Sendo a Quaresma um caminho de preparação para a vitória definitiva da Páscoa, devemos nós, cristãos, tomarmos esse caminho de conversão, trilhando-o “com as armas da penitência”, a postos para “o combate contra o espírito do mal” (Oração do Dia – Quarta-feira de Cinzas). Assim, progredindo no conhecimento de Jesus Cristo e correspondendo ao seu amor por uma vida santa, apoiados n’Ele neste caminho de conversão, possamos tomar consciência da realidade e das exigências próprias do nosso batismo. Só assim, mudando nosso modo de pensar e viver, conformando nossa vida à vida de Cristo, teremos reais condições de celebrar a Páscoa na pureza e na verdade (cf. 1Cor 5,7-8). Quanto melhor vivermos a Quaresma, melhores serão as motivações para celebrarmos a Páscoa.

Equipe Arquidiocese em Missão
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