O arcebispo de Montes Claros, Dom José Carlos, celebrou no dia 22 de fevereiro missa da Quarta-feira de Cinzas. A celebração que marca o início da Quaresma e o lançamento da Campanha da Fraternidade 2023.
A celebração da Quarta-feira de Cinzas é um momento de reflexão sobre a finitude da vida e a necessidade de conversão e mudança de vida. O arcebispo de Montes Claros iniciou sua homilia afirmando: “Começamos o tempo forte, o tempo bom, o tempo oportuno da Quaresma”. Dom José Carlos destacou: “Dizem por aí que ‘errar é humano’. Não é não. Errar é desumano. Porque o pecado desfigura. O pecado estraga. O pegado rouba a nossa paz interior e exterior. Porque há um pecado social. Por isso, errar não é humano. Errar é desumano. O que é humano, verdadeiramente humano, é ser santo. Porque Aquele que nos fez é Santo e nos chama a participar de sua natureza e da sua condição. Por isso, o caminho da Quaresma é o caminho da conversão do coração.”
Ainda em sua pregação, dom José Carlos garantiu: “A Quaresma é o tempo de dois movimento. Do ser humano que se volta para Deus e do Senhor que se volta para nós.” O arcebispo reiterou sobre os caminhos importantes de conversão apresentados por Jesus: caridade, oração e jejum. E explanou:
“A esmola ou a caridade é uma conversão ao irmão. É uma conversão a solidariedade. Quem se exercita na esmola ou na caridade está vencendo o egoísmo”.
“A oração é uma conversão na direção de Deus. Quem não reza faz de conta que Deus não existe. Porque quando rezamos colocamos Deus como nosso interlocutor, como Aquele que nos escuta, com quem nós falamos. No correria de cada dia a gente tem para a TV e para as redes sociais mas, nem sempre temos um tempo proporcional e sadio para a nossa espiritualidade recada pela oração”.
“O jejuar é uma conversão ao equilíbrio. Jejuar é ser capaz de dizer ‘isso hoje não’, ‘isso hoje eu não como’, ‘isso hoje eu não faço’, ‘isso hoje eu tiro da minha vida’. Jejum é a conversão ao equilíbrio num tempo e numa vida interior e exterior cheio de desequilíbrios”.
Ao final da sua homilia, dom José Carlos, reforçou sobre a importância da Campanha da Fraternidade 2023 e explicou que a Campanha da Fraternidade “sinaliza a cada ano alguma situação humana e social que precisa também de conversão. De modo que eu não viva a quaresma simplesmente como um caminho pessoal, individual de conversão, mas reconheçamos que também há grandes males sociais dos quais eu também participo. O meu pecado não é só meu pecado. O meu pecado afeta, estraga, corrompe o meu ambiente, o habitat, a Igreja. É preciso entender que há um pecado grande e social do qual nós também participamos e que precisa ser extirpado pela graça da conversão”.
A Campanha da Fraternidade é o modo brasileiro de celebrar a Quaresma. A cada ano, convida os católicos a viver a Quaresma em espírito de conversão pessoal, comunitária e social, a partir de uma situação bem específica. Este ano, o tema é “Fraternidade e Fome”, que convoca a considerar a fome como referência para nossa reflexão e propósito de conversão.
O objetivo da Campanha é sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo. A mensagem de Dom José Carlos ressalta a importância da solidariedade e da partilha em tempos difíceis, como o atual, em que no Brasil são 33 milhões de pessoas que enfrentam a fome cotidianamente.
Confira na íntegra a celebração:
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