Solene celebração na Catedral Metropolitana de Montes Claros marca momento histórico para a Arquidiocese.
No último sábado, dia 23 de setembro, a Catedral Metropolitana de Montes Claros foi palco de um momento solene e histórico para a Arquidiocese. Dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico e Embaixador da Santa Sé no Brasil, presidiu o rito de imposição do Pálio Arquiepiscopal a Dom José Carlos de Souza Campos, Quarto Arcebispo Metropolitano de Montes Claros.
O Pálio Episcopal, conhecido como “Pallium” em Latim, é um símbolo de grande significado na Igreja Católica. Esta insígnia episcopal representa não apenas a autoridade espiritual e a responsabilidade do arcebispo perante sua arquidiocese, mas também simboliza a profunda comunhão entre os arcebispos metropolitanos e a Santa Sé.
O Pálio de Dom José Carlos foi abençoado e entregue a ele pelo Papa Francisco durante a Solenidade de São Pedro e São Paulo, em Roma, no último dia 29 de junho. Esse gesto simboliza a unidade da Arquidiocese de Montes Claros com a Igreja Universal e reforça o compromisso do arcebispo com a missão de pastorear e cuidar do rebanho de fiéis confiado a ele.
A Entrada Pontifical
Antes mesmo do início da Celebração Eucarística, a entrada pontifical marcou o início deste evento histórico. O Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, Dom José Carlos de Souza Campos, e o Núncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro, foram recebidos na entrada principal da Catedral pelo Padre Fernando Andrade, pároco da Catedral, e pelos Vigários Gerais, Monsenhor Silvestre José de Melo e Padre Harlley Caldeira Mourão.
Durante a recepção, Dom José Carlos de Souza Campos recebeu uma pequena caldeirinha contendo água benta, com a qual aspergiu a si mesmo e a todos os presentes. Esse ato simbólico recorda a inserção de todos os fiéis no Corpo de Cristo, que é a Igreja, através do Sacramento do Batismo. Ele reforça a ideia de que todos os batizados são parte do povo Santo e Sacerdotal, chamados a viver uma vida de santidade e a participar ativamente no sacerdócio comum dos fiéis.
Após a aspersão, Dom José Carlos e o Núncio Apostólico dirigiram-se à Capela do Santíssimo Sacramento para um momento de oração.
Após a oração na Capela do Santíssimo Sacramento, Monsenhor Silvestre José de Melo, Vigário Geral, leu uma Mensagem de Saudação ao Núncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro, expressando os sentimentos de gratidão e alegria da Arquidiocese por sua presença e participação na cerimônia. Isso demonstrou a conexão profunda entre a Arquidiocese de Montes Claros e a Santa Sé, reforçando os laços de comunhão que unem a Igreja local à liderança espiritual da Igreja Universal.
Monsenhor Silvestre saúda o Núncio:
“Como representante do Papa Francisco, o senhor vem cumprir uma missão muito importante e especial: impor o Pálio Metropolita ao nosso Arcebispo, Dom José Carlos. Por isso, nossa primeira palavra é de acolhida ao senhor, que nos traz também a mensagem do Santo Padre, sendo sinal de sua presença no meio de nós”.
O Vigário Geral apresenta ao Núncio a Igreja Particular de Montes Claros:
“Reunidos em nossa Catedral Metropolitana, junto de nosso Pastor, Dom José Carlos, apresentamos ao senhor, Dom Giambattista, esta porção do povo de Deus, extensa nas distâncias, grande em número de paróquias e comunidades, volumosa em população e trabalho pastoral, além de sua riqueza em pluralidade cultural, folclórica, artística e devocional, contando com um povo muito bom e engajado na vida eclesial.
Hoje aqui se faz presente um significativo número do nosso clero, religiosos e religiosas, seminaristas e fieis leigos, representando nesta manhã todos os demais que, por outras circunstâncias, não puderam estar presentes fisicamente, mas estão unidos espiritualmente a nós através da oração”.
Para finalizar a acolhida ao Núncio Apostólico, Monsenhor Silvestre, rogou: “pedimos ao senhor que leve o nosso nome e o nome de nossa Arquidiocese ao Santo Padre, assegurando a ele nossas mais efusivas preces”.
Clique aqui e confira na íntegra a Saudação do Monsenhor Silvestre ao Núncio Apostólico.
O Rito de Imposição do Pálio: Um Momento de Solenidade e Compromisso
Na Catedral Metropolitana de Montes Claros, o Rito de Imposição do Pálio foi conduzido pelo Núncio Apostólico e Embaixador da Santa Sé no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, no último sábado, dia 23 de setembro.
A cerimônia teve início com o Núncio Apostólico dirigindo palavras significativas aos presentes, explicando o profundo simbolismo e a importância do Pálio. Esta insígnia episcopal não apenas representa a autoridade e a responsabilidade do arcebispo perante sua arquidiocese, mas também simboliza a comunhão entre os arcebispos metropolitanos e a Santa Sé.
Após as esclarecedoras palavras de Dom Giambattista Diquattro, Dom José Carlos de Souza Campos, Quarto Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, realizou a Profissão de Fé e o Juramento de Fidelidade. Este ato, feito ajoelhado diante do altar, é uma demonstração pública do compromisso do Arcebispo com a doutrina e a fé da Igreja Católica, bem como sua dedicação à missão pastoral que lhe foi confiada.
Em seguida, o Núncio Apostólico proferiu uma oração, pedindo as bênçãos e a orientação de Deus sobre Dom José Carlos. Com esta prece, elevou-se a confiança em Deus para guiar e fortalecer o Arcebispo em sua missão.
“Este pálio seja para ti símbolo de unidade e sinal de comunhão com a Sé apostólica; seja vínculo de caridade e estímulo de fortaleza, a fim de que, no dia da vinda e da revelação do grande Deus e do Príncipe dos pastores Jesus Cristo, possas obter, com o rebanho a ti confiado, a veste da imortalidade e da glória”. (Parte da Oração)
A culminância do rito foi a imposição do Pálio sobre Dom José Carlos. Este gesto, carregado de simbolismo e significado espiritual, representa a transferência da autoridade pastoral para o Arcebispo e sua aceitação solene dessa responsabilidade.
Após a imposição do Pálio, Dom José Carlos foi calorosamente aplaudido por todos os presentes, um gesto de reconhecimento e apoio à sua nova liderança. Além disso, ele recebeu abraços fraternais do Núncio Apostólico, dos bispos presentes e representantes das dioceses pertencentes à Província Eclesial de Montes Claros. Essa demonstração de afeto e comunhão destacou a unidade da Igreja local e entre os líderes eclesiásticos.
Que este rito solene e os gestos de carinho e apoio fortaleçam Dom José Carlos em sua missão pastoral. Que ele continue a ser guiado pelo Espírito Santo e a contar com a colaboração e as orações de todos os fiéis da Arquidiocese de Montes Claros e das dioceses irmãs. Juntos, construirão um caminho de fé, amor e serviço à Arquidiocese de Montes Claros e a toda a Província Eclesial.
Homilia de Dom José Carlos: Sete Meses de Missão e Acolhida
Após a solene Imposição do Pálio na Catedral Metropolitana de Montes Claros, Dom José Carlos de Souza Campos, passa a presidir a Celebração Eucarística.
Em sua emocionante homilia, Dom José Carlos compartilhou suas reflexões sobre os sete meses desde sua posse canônica em 19 de fevereiro de 2023. Com entusiasmo e gratidão, ele expressou seu profundo envolvimento com a Arquidiocese de Montes Claros, que é a segunda maior em extensão no Estado de Minas Gerais. O Arcebispo revelou: “Passaram-se sete meses desde a minha chegada. Percorri quase todos os rincões desta grande arquidiocese. Faltam apenas cinco paróquias e cinco cidades das 68 paróquias e 40 cidades desta Igreja Particular.”
Ele descreveu suas experiências ao longo desse período: “Conheci aqui comunidades grandes e pequenas, capelas e povoados, gente simples e generosa, corações afetuosos e acolhedores.” Dom José Carlos citou Guimarães Rosa para expressar sua gratidão: “Se Guimarães Rosa estiver certo: ‘tô mió, porque estive com bão!’. E eu sei que estou. Estar aqui está me fazendo grande bem. Sinto-me daqui pela acolhida que recebi e pelas repercussões do coração que já não quer sair.”
Além disso, o Arcebispo compartilhou um momento especial de sua jornada espiritual, relacionado à Imposição do Pálio: “Hoje, recebo a imposição do pálio que me foi entregue pelo Papa Francisco no dia 29 de junho último, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Transmito-lhes, como se tivesse sido dito a vocês todos, o que o Papa me disse pausadamente naquela manhã: Deus o abençoe!”
Entretanto, Dom José Carlos não apenas compartilhou suas experiências e gratidão, mas também destacou a importância das vocações durante este 3º Ano Vocacional brasileiro:
“No percurso avançado do terceiro ano vocacional brasileiro, louvo a Deus pela vocação de cada um, na Igreja, na sociedade, na família, no mundo do trabalho. Cada vocação é importante e necessária. Não há vocação mais ou menos importante. Há vocações diferentes, atividades diferentes, carismas diferentes, fruto do mesmo Espírito de Deus.”
Ele enfatizou que a vocação de cada indivíduo enriquece a Igreja: “Cada um recebe o dom do Espírito para o benefício de todos, para o bem comum, ensina São Paulo (cf. 1Cor 12,7). A vocação de cada um embeleza esta nossa Igreja.”
Dom José Carlos também recordou a importância de seguirmos e imitarmos Cristo como nossa vocação primordial e absoluta: “Não nos esqueçamos, contudo, que nossa vocação primordial e absoluta é a de seguir e imitar Cristo Jesus, de quem somos discípulos desde o batismo. Tudo o que somos e fazemos depois do batismo são caminhos e estados de vida que nos devem configurar a Cristo. O que importa é que, ao final do nosso itinerário humano e vocacional, sejamos semelhantes a Cristo, pois o veremos como Ele é, como ensina o Apóstolo Paulo, e seremos julgados segundo a medida que é Ele mesmo, o homem perfeito, cuja estatura devemos atingir.”
Durante sua homilia, Dom José Carlos recordou São Padre Pio e sua singular participação na paixão de Jesus:
“Na liturgia deste dia recordamos São Pio de Pietrelcina, que teve a graça de participar de modo singular da paixão de Jesus e d’Ele recebeu os sinais desta bem-aventurada e salvífica paixão, e experimentou na própria carne a maravilha de ser amado por Deus e protegido das investidas do Maligno, que lhe queria roubar a fé e a fidelidade a Deus.”
Dom José Carlos ressaltou a importância de reconhecer o combate espiritual presente em nossas vidas: “Com Padre Pio aprendemos que estamos num permanente e decisivo combate espiritual e resta-nos tão somente acreditar naquele que é mais forte que as forças e tentações do Maligno. O demônio é mais forte que nós, mas é fraco e impotente diante de Deus. Ou nos refugiamos em Deus e vencemos, mesmo com grandes e terríveis batalhas, ou, sem Deus, sucumbimos à mais frágil investida.” Ele concluiu com uma invocação a São Padre Pio: “São Padre Pio, rogai por nós e fortalecei-nos no combate espiritual. Sem Deus não dá. Sem Deus não há vitórias duradouras.”
Além disso, durante sua homilia, Dom José Carlos apresentou três indicações para o discipulado na Arquidiocese e Província Eclesiástica de Montes Claros. Ele destacou:
Primeira Indicação: “Guarda teu mandato íntegro e sem mancha até a volta de Jesus”. Esta indicação refere-se ao cuidado com a vocação, fé e amor fraterno, que devem ser guardados de forma íntegra e fiel.
Segunda Indicação: “Servir ao Senhor com alegria”. Dom José Carlos enfatizou que o serviço ao Senhor deve ser realizado com alegria e entusiasmo, refletindo a verdadeira alegria da fé.
Terceira Indicação: Anunciar a Palavra de Deus, a semente do Evangelho. Ele destacou a importância de espalhar a Palavra de Deus, que é sempre boa, atual e transformadora, mesmo que encontre diferentes tipos de corações e terrenos.
Por fim, o Arcebispo enfatizou a importância do pálio como símbolo de paixão, tanto no sentido de dor e sofrimento pelo cuidado das ovelhas quanto no sentido de encantamento e fascínio pela beleza da fé e da missão. Ele ressaltou a importância de reencantar-se com Jesus Cristo e continuar a semeadura da Palavra de Deus.
Dom José Carlos encerrou sua inspiradora homilia convidando todos os presentes à oração e à reflexão sobre a paixão de Cristo, a permanecerem unidos entre si, em comunhão com o Papa Francisco e com todos aqueles que sonham os sonhos de Deus para o mundo. Ele destacou que esse é o caminho das semeaduras que a região norte-mineira precisa e continuará percorrendo, com um amor filial à Virgem Santíssima e o olhar fixo em Jesus.
Clique aqui e confira na íntegra a Homilia de dom José Carlos.
Ao final da celebração, os padres da Catedral expressaram apreço e respeito pelo Arcebispo. Padre Fernando Andrade, pároco da Catedral, falou em nome de toda a Arquidiocese, desejando que o Pálio concedido a Dom José Carlos seja mais do que uma veste litúrgica, mas um verdadeiro símbolo de unidade e sinal de comunhão com a Sé Apostólica. O Pálio representa o vínculo de caridade e um estímulo de fortaleza, servindo como lembrete constante de que o rebanho tem um pastor que o guia com amor e dedicação.
Além disso, Dom Giambattista Diquattro, o Núncio Apostólico e Embaixador da Santa Sé no Brasil, foi homenageado e recebeu expressões de gratidão por sua presença representando o Papa Francisco e por impor o Pálio sobre Dom José Carlos, selando assim a autoridade espiritual do Arcebispo.
Para marcar a importância desta celebração especial, foram entregues presentes, representando os sentimentos de apreço e gratidão da comunidade. Esses gestos simbólicos refletiram o significado profundo deste momento de unidade, fé e renovação espiritual para todos os presentes.
_____________________________________________ *Fotos: Laura Tupinambá **Comunicação Arquidiocese de Montes Claros (38) 9 8423-8384 ou pelo e-mail: [email protected]
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