O Quarto Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, dom José Carlos de Souza Campos, teve a honra de receber o pálio arquiepiscopal durante uma celebração presidida pelo Papa Francisco, realizada nesta manhã de quinta-feira, dia 29 de junho, em Roma. A Igreja celebra hoje a Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, que é comemorada no Brasil no dia 2 de julho, e foi esta Festa o cenário para a bênção e entrega dos pálios, que são vestimentas litúrgicas de lã branca usadas pelos arcebispos.

A cerimônia contou com a presença de 32 arcebispos, incluindo dois brasileiros: dom José Carlos Souza Campos, Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG), e Dom Juarez Sousa da Silva, Arcebispo de Teresina (PI). Infelizmente, o arcebispo eleito de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, não pôde comparecer, mas receberá o pálio posteriormente das mãos do núncio apostólico.
Após receber o pálio das mãos do Papa Francisco, em Roma, Dom José Carlos enviou uma mensagem para todos da Arquidiocese e Província Eclesiástica de Montes Claros, e explicou que quando retornar a Arquidiocese, irá marcar a data para a imposição do pálio, que será em Montes Claros, e pelas mãos de dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico do Brasil. “Com alegria eu recebo e o coloco sobre mim, no tempo oportuno, através das mãos do senhor Núncio Apostólico, como sinal da minha comunhão com o Papa Francisco, com a Igreja que está no mundo inteiro, também em comunhão e em construção de unidade na nossa Arquidiocese e na nossa província eclesiástica, segurando o pálio nas mãos, expressou dom José Carlos.
Ainda em sua mensagem, o arcebispo de Montes Claros, ressaltou a importância da comunhão como toda Igreja: “Seja esse pálio uma expressão da minha comunhão com todos, com o papa, com a igreja local, com a nossa Província Eclesiástica. Deus nos abençoe e nos ajude a construir uma comunhão que seja testemunho e expressão do nosso amor e seguimento a Jesus Cristo!”
Durante sua homilia, o Papa Francisco enfatizou a importância de os arcebispos seguirem os passos de Pedro e Paulo, levando o Evangelho para todos os lugares. Ele destacou o simbolismo do pálio como um sinal de comunhão com a Igreja de Roma e incentivou os arcebispos a serem apóstolos na proclamação da beleza do Evangelho, juntamente com todo o Povo de Deus. (Clique aqui e confira na integra a homilia do Papa Francisco.)
A imposição do pálio é um momento significativo para os arcebispos, pois representa o fortalecimento de sua missão pastoral e sua conexão com a Igreja Universal. Dom José Carlos de Souza Campos, ao receber o pálio em celebração com o Papa Francisco, assume esse símbolo de comunhão e se compromete a ser um discípulo fiel de Cristo, levando a mensagem do Evangelho aos fiéis de Montes Claros e região.
A Arquidiocese de Montes Claros se alegra com a participação de seu Arcebispo Metropolitano nessa solene celebração e aguarda com expectativa a imposição do pálio, momento em que a comunidade local terá a oportunidade de expressar sua fé e união com a Igreja Universal.
Assista a transmissão da celebração pelo Vatin Media:
Pálio
O pálio – derivado do latim pallium, manto de lã – é uma vestimenta litúrgica usada na Igreja Católica, consistindo de uma faixa de pano de lã branca que é colocada sobre ombros dos Arcebispos.
Este pano representa a ovelha que o pastor carrega nos ombros, assim como fez Cristo com a ovelha perdida. Desta forma podemos dizer que o palio é o símbolo da missão pastoral do bispo. O pálio é também a prerrogativa dos arcebispos metropolitanos, como símbolo de jurisdição em comunhão com a Santa Sé.
História
Originalmente o pálio era o manto usado pelos filósofos e na arte paleocristã, eram pintados neste “manto” Jesus e os apóstolos . Esta prática foi posteriormente adotada também pela Igreja Cristã, com um uso semelhante ao do omoforion (uma tira de pano), muito mais larga que o pálio, atualmente usada pelos bispos ortodoxos e pelos bispos católicos orientais de rito bizantino.
O pálio era originalmente uma única tira de pano enrolada nos ombros e caída no peito na altura do ombro esquerdo; nos primeiros séculos do cristianismo foi trazido por todos os bispos.
Podemos ver nas iconografias que representam os primeiros bispos e santos, como Santo Ambrósio, Santo Atanásio, São João Crisóstomo, Santo Inácio de Antioquia, São Hilário e outros.
O primeiro caso conhecido de imposição do pálio a um bispo remonta a 513, quando o Papa Simmaco concedeu o pálio a São Cesário, bispo de Arles.
A partir do século IX reduziu-se ao formato atual de “Y”, com as duas extremidades descendo abaixo do pescoço até o meio do peito e nas costas e se tornando a marca registrada dos arcebispos metropolitanos que o obtiveram pelo papa. O Papa João Paulo II, por ocasião da noite de Natal de 1999, abertura do Jubileu de 2000, usava um omoforion com cruzes vermelhas.
Confecção do pálio
Dois cordeiros cuja lã é destinada, no ano anterior, são criados pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma. E desde 1644, são abençoados pelo Abade Geral dos Cônegos Lateranenses em Basílica, na Via Nomentana Complexo Monumental de Santa Inês, fora dos muros, no dia em que se faz memória da Santa, em 21 de janeiro.
Depois são levados ao Papa no Palácio Apostólico. O pálio é tecido e costurado pelas freiras de clausura do convento romano de Santa Cecília em Trastevere. Os pálios são armazenados na Basílica de San Pietro, em Roma, aos pé do altar de confissão (altar central), muito próximo ao túmulo do Apóstolo Pedro.
Como é pálio
O pálio, em sua forma atual, é uma faixa estreita de tecido, com cerca de cinco centímetros de largura, tecida em lã branca, curvada no meio para poder repousar sobre os ombros acima da casula e com duas abas pretas penduradas na frente e atrás, de modo que – visto tanto na frente quanto atrás – a vestimenta
lembra a letra “Y”.
É decorado com seis cruzes negras de seda (que lembram as feridas de Cristo), uma em cada cauda e quatro na curvatura, e é cortado na frente e atrás, com três alfinetes de gema aciculada em forma de alfinete. Essas duas últimas características parecem ser uma lembrança dos momentos em que o pálio era um simples lenço duplo dobrado e pregado com um alfinete no ombro esquerdo.
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