Na manhã da última sexta-feira, 28 de abril, último dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB, os membros da presidência, que foram recém-empossados, concederam entrevista coletiva à imprensa no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida. Na ocasião, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, saudou a todos os presentes e fez um resumo das atividades realizadas ao longo dos últimos dez dias.
O novo presidente da CNBB ressaltou que, desde o dia 19, o episcopado brasileiro se encontra em Aparecida, São Paulo, para a 60ª Assembleia Geral da Conferência. “Cada Assembleia Geral é um pentecoste, é uma experiência muito bonita de fraternidade, de comunhão entre nós; e disposição para servir da melhor forma possível a igreja que está no Brasil e ao nosso povo, a nossa gente”.
Dom Jaime salientou que todos esses dias foram marcados por temas pertinentes à vida da Igreja e também do povo. “Nós tivemos uma agenda bastante complexa, eu diria, e também as eleições para a presidência, para as comissões, delegados para o Celam e delegados para o Sínodo. Esse processo exigiu muito de nós”, disse.
O arcebispo afirmou que, como presidência, todos estão com a disposição de corresponder àquilo que a Assembleia outorgou e pede que se leve adiante. “Que Oxalá os próximos quatro anos sejam para nós um tempo de trabalho vigoroso e, certamente, os tempos que se delineiam diante de nós trazem sim uma complexidade que vai exigir de todos nós discernimento, bom senso e capacidade de colaborar para deixar as nossas comunidades, a nossa igreja e também o nosso Brasil um pouco melhor para as futuras gerações”, enfatizou.
Tempo de polarizações
Questionado pelos jornalistas como a Igreja pode colaborar nesse tempo de polarizações, dom Jaime concordou que o tecido social brasileiro se encontra extremamente desgastado e que é preciso que os bispos promovam um trabalho no seio da Igreja de conciliação, comunhão. “Nós temos famílias, comunidades e expressões do clero divididas, portanto é um trabalho desafiador e complexo ao mesmo tempo”.
Na ocasião, ele recordou o tema da Campanha da Fraternidade de 2024, que traz à luz a questão da fraternidade e da amizade social, e que tem como base a Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco. “Esperamos que consigamos promover a necessidade preemente no seio da sociedade”, disse.
Carta ao povo brasileiro

O presidente da CNBB reafirmou aos jornalistas que a carta divulgada, pelo episcopado, ao povo brasileiro parte da pessoa de Jesus Cristo e do Evangelho. E que a condição de discípulo de Jesus, do crucificado, do ressuscitado tem implicâncias na vida social e que a Igreja não pode ficar calada, independente de partido político ou de quem esteja no poder.
“Nós precisamos e devemos lutar por aquilo que fazemos e termos como referência Jesus Cristo e o Evangelho; é isso que pauta as nossas decisões, as nossas escolhas, é isso que promove vida e vida em abundância”, disse.
Dom Jaime relembrou ainda que todos devem ser “sal da terra e luz do mundo”, em vista de uma sociedade mais integrada, integradora para as futuras gerações. E completou: “Onde a vida não é cuidada, o discípulo de Jesus não pode permanecer indiferente”.
Acesse o arquivo clicando: Mensagem da CNBB ao Povo Brasileiro
Cenário econômico do país
Aos jornalistas, dom Jaime argumentou que o Brasil é riquíssimo e capaz de produzir para toda a população, mas que hoje não estava conseguindo ir ao encontro da necessidade do povo. “Isso significa que na nossa estrutura política e econômica alguma coisa não está bem; e detectar o que não está indo bem envolve um trabalho de diálogo, de construção, de ética e também que leve em consideração à Doutrina Social da Igreja, grande tradição da Igreja”.
O segundo aspecto, salientado por dom Jaime, é que não existe um projeto de nação que, verdadeiramente, paute para além de quem esteja no governo decisões e escolhas. O terceiro elemento, citado por ele, é o espírito dos brasileiros, que apesar de todos os desafios, estão “dispostos a encontrar meios a fim de fazer frente a isso que talvez hoje quase que grita por justiça aos céus”.
Missão da nova presidência
Por fim, segundo dom Jaime, a missão da nova presidência é “dar continuidade a um trabalho que já vem sendo feito, seja numa dimensão mais interna, de promoção da sinodalidade, de comunhão, participação e missão”.
Dom João Justino: “O objetivo da Conferência está na perspectiva da comunão e da unidade no serviço à Igreja no Brasil”

Os desafios para a ação evangelizadora no meio urbano foi um dos pontos abordados pelo arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros Silva, na primeira coletiva de imprensa da nova presidência da entidade realizada na manhã desta sexta-feira, 28 de abril.
“Estamos com esta missão de efetivar a perspectiva de evangelizar o Brasil cada vez mais urbano, é assim que começa o objetivo geral das atuais diretrizes (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil)”, destacou.
O novo primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino, ressaltou na coletiva que a presidência da entidade é o principal grupo de serviço da Conferência Episcopal. Ele apontou que como órgão constitutivo mais importante da CNBB é a própria Assembleia Geral. Segundo ele, a escolha da presidência é para servir à Igreja e fazer a Conferência realizar o seu objetivo expresso nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE):
“O objetivo da Conferência está na perspectiva da comunhão e da unidade no serviço da Igreja no Brasil, que não é outro se não evangelizar”, disse.
Será durante esta gestão, eleita na 60ª Assembleia Geral para o quadriênio 2023-2027, que as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil serão atualizadas, como ficou estabelecido na 59ª Assembleia Geral da 2022 quando o episcopado brasileiro decidiu aguardar a conclusão do Sínodo 2021-2024 sobre a Sinodalidade para atualizar o documento que é o norteador da ações pastoral da Igreja no Brasil.
Confira quem são os novos membros do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, eleitos na 60ª Assembleia Geral da CNBB:

Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB
Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia (GO)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns (PE)
Segundo vice-presidente da CNBB
Dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS)
Secretário-geral
Dom Ângelo Ademir Mezzari, bispo auxiliar de São Paulo (SP)
Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
Dom Giovane Pereira de Melo, bispo de Araguaína (TO)
Presidente da Comissão Episcopal para o Laicato
Dom Maurício Silva Jardim, bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT)
Presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial
Dom Leomar Antonio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS)
Presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética
Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ)
Presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé
Dom Hernaldo Pinto Farias, bispo de Bonfim (BA)
Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia
Dom Teodoro Mendes Tavares, bispo de Ponta de Pedras (PA)
Presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso
Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA)
Presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora
Dom Gregório Paixão, bispo de Petrópolis (RJ)
Presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação
Dom Bruno Elizeu Versari, bispo de Campo Mourão (PR)
Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família
Dom Vilsom Basso, bispo de Imperatriz (MA)
Presidente da Comissão Episcopal para a Juventude
Dom Valdir José de Castro, bispo de Campo Limpo (SP)
Presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação
______________________________________________ *Por: CNBB **Fabíola Lauton – Comunicação Arquidiocese de Montes Claros (38) 9 8423-8384 ou pelo e-mail: [email protected]
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