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Viu, sentiu compaixão e cuidou dele

A parábola do Bom Samaritano é contada por Jesus após ser questionado: Mestre, quem é o meu próximo? Essa pergunta, feita com o intuito de colocar Jesus à prova, rendeu-nos uma das mais belas páginas do texto bíblico. A figura do samaritano que não se faz de cego diante da realidade daquele desconhecido se torna paradigma de quem se coloca na via do discipulado. A compaixão e o cuidado devem ser a marca do discípulo de Jesus. Uma atitude que rompe com a práxis de uma vida autocentrada, vazia de sentido e incapaz de produzir bons frutos.

Em contraposição ao bom samaritano, temos o levita e o sacerdote. Ambos se fazem cegos diante da realidade daquele que se encontra ferido, à beira do caminho. Semelhantes a esses que passaram ao largo, facilmente caímos no mal da indiferença. O papa Francisco nos alerta que a dinâmica da vida em rede tende a mascarar a busca mais profunda pela comunhão e unidade. Somos conduzidos por um processo de esfriamento das relações, que se desenvolvem de modo egóico e superficial, reduzindo-se aos desejos do ego e ao fechamento à alteridade. Contudo, o chamado primordial do ser humano é a abrir-se para uma relação que não se reduz à individualidade, mas que consiste na abertura ao outro, que gera comunhão sem, todavia, negar a própria identidade e a de outrem.

Outra atitude em voga é a do cancelamento, que se estreita à ação dos ladrões que espancaram o homem desconhecido e o abandonam à margem do caminho. Não raro, acompanhamos verdadeiras campanhas de exclusão e tentativas de aniquilamento digital de diversas figuras. O medo do diferente impele as pessoas a se entregarem à insanidade coletiva como verdadeiros ditadores digitais. A indiferença e o ódio caminham lado a lado, perpetuando, agora em rede, um caminho que nos aparta do projeto salvífico de Deus.

A vida nas redes sociais também deve passar por um processo de adequação à nossa opção evangélica. Para isso, é preciso que assumamos uma postura samaritana, de coração aberto aos que se encontram às margens das rodovias digitais. Movidos pela compaixão, enxergar o mundo com os olhos destes que necessitam de nossa ação curativa, de cuidado. Com efeito, como nos lembra o Dicastério para Comunicação em seu documento Rumo à presença plena, é necessário que redescubramos o encontro humano em sua essência. Com coragem, precisamos enfrentar a cultura do descarte e, à luz da figura do bom samaritano, humanizar as relações em rede.

Pe. George Luís Cardoso Silva
Assessor do Secretariado para a Comunicação
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